Sérgio Martinelli
Pequena crônica de uma grande vida artística
Bem
cedo, aos sete anos, ocorreram os fatos que mudaram a sua vida para sempre.
O
irmão – chamava-se Américo – estava no casamento das irmãs quando pegou a
sanfona de um cunhado que tinha vindo animar a festa e – do nada – tocou a
valsa Saudades de Matão - de ouvido. Espanto. Ele nunca havia ralado a mão em
uma gaita. Era um gênio musical!
Com
muito sacrifício, o pai comprou um Acordeom e deu para o filho – apaniguado
pela musa da música. Porém o namoro com aquela musa durou pouco. Todas as
noites o irmão tocava, tocava, rangia o fole e... Nada, nada. Daquela moringa
não saia mais água. Ele bem que tentava, mas não conseguia obter mais nada.
Sergio
ficava na fechadura da porta olhando, olhando... Louco para pegar na gaita.
Passaram
alguns dias e finalmente o pai declarou. “Dá a sanfona pro menino.” Disse
peremptório. Em 15 dias Sergio tocou Rosa Maria, sozinho – sem professor.
Começou
a tirar musicas e fazer bailes. Foi a alegria do pai. Ele, quando moço, queria
tocar acordeom – ser musico, porém a vara de marmelo cantou mais alto. Como não
conseguiu ser musico, cresceu, casou e agora era o festeiro do sitio. O pai
ajudou e o Sergio tocou.
Somente
com 12 anos foi para a Escola de Música. Formou-se em Acordeom, aos 16 anos no
Conservatório Musical de Campinas – fazia dois anos de curso por ano calendário.
Após
o Acordeom fez curso de aperfeiçoamento em teclado. Tocava em bailes, festas e
casamentos. Acordeom e teclado. Com o tempo, devido aos recursos musicais
disponíveis no instrumento, fixou-se no teclado.
Sérgio
casou-se cedo com a bela Lenira. Desta união nasceram Serena, Sandra , Suzi
Mary e Sara.
Durante
a sua longa vida artística tocou e constituiu diversos tipos de conjuntos
musicais, acompanhou artistas famosos em seus shows, tais como: Moacir Franco e
Cauby Peixoto.
Sua
vida musical foi plena de variações e facetas diversas. Muitas novidades ou
criações aconteceram por improvisação. Por exemplo, Sérgio começou a cantar
porque uma noite o crooner do grupo
ficou doente e alguém precisava cantar em seu lugar. Assumiu, cantou e nunca
mais deixou de fazê-lo.
Participou
de muitos conjuntos com características musicais diferentes como o Som Seis, que
era somente instrumental.
Certa
feita foi convidado a tocar no restaurante A
Cabana. Recém-aberto em Jundiaí, tendo sido uma das primeiras casas
noturnas da cidade. Era uma casa de madeira em estilo típico da Alemanha, com dois
andares. A especialidade eram rãs, tendo inclusive um ranário na parte de trás
da propriedade. O cliente escolhia as rãs que queria saborear e o prato era
preparado especialmente Na frente da casa os proprietários colocaram um vagão
de trem, local de preferência dos casais enamorados. O dono era boliviano e gostava
de dançar com a esposa os ritmos de usa terra natal como a Cumbia. Sérgio tocou
ali por 6 anos. Para agradar a clientela o dono pediu a Sérgio para montar um
espetáculo de samba, uma noite por semana. Como fez durante toda a sua vida,
Sérgio procurou ajudar seus colegas músicos. Chamaram vários conhecidos e ali –
na Cabana - nascia o, mais tarde o muito
conhecido, Samba e Água Fresca.
No
seu afã de ajudar os colegas, muitas histórias e acontecimentos pitorescos
ocorreram. Sérgio tinha um amigo que tocava Sax – de ouvido – como muitos
músicos. Mas o conjunto estava precisando de um pistonista. Seu amigo, que
tocava saxofone, aprendeu a tocar as musicas no pistão, somente seguindo um
desenho simplificado da posição das chaves, tendo se tornado um excelente
músico no novo instrumento.
Participou
da Orquestra Continental por mais de 14 anos. No Conjunto
The Marvelous – onde tocou por 10
anos – chegou a gravar um LP pela Copacabana.
Participava
do Programa Alfredo Borba da Rádio Bandeirantes e de Bailes dançantes pelo
Brasil a fora, tendo chegado inclusive a dar um Show no Estadio do Clube Paulista.
Apresentava-se em boates de São Paulo e viajava com os Galãs do Silvio Santos
fazendo o seu acompanhamento em muitos shows. Artistas como Vanderlei Cardoso,
Paulo Sérgio, Jerry Adriani e muitos outros
Com
a Orquestra Sweet Swing – de Alcides Marques – realizou muitos Carnavais
memoráveis, inclusive nos salões do Grêmio CP.
Em 1982
passou a apresentar-se no Restaurante e Trattoria
Passarinho - lá ficou até a casa encerrar suas atividades - por cerca de 15 anos. Foi aqui que Sérgio começou a
cantar – numa noite em que faltou o cantor. Eram jantares e festas. Noites de
diferentes culturas: italiana, árabe, alemã, etc. Casamentos e bodas. Tinha Noite
do Frango, da Picanha, do Contra Filet, da Costela – tudo para atrair o público
nas noites mais fracas. Também convidavam muitos cantores e músicos famosos
para se apresentar ali.
Nesta
casa, sempre lotada, Sérgio tratava o público com carinho. Perguntava as
preferências dos novos frequentadores. Se não sabia a musica dizia: “Traz uma
fita que eu tiro pra você”. O cliente trazia fita e voltava na outra semana.
Quando Sérgio via que o cliente estava lá – tocava a musica da fita – surpresa!
Com isto era obrigado a ser eclético. Vinha gente do Rio de Janeiro e ele
tocava sambão. Do Sul, do Sudeste, do Centro Oeste, do Nordeste e do Norte –
sempre recebidos com seus sucessos regionais.
Em
1996 o Passarinho terminou repentinamente.
Houve problemas familiares e a casa fechou para sempre. Jundiaí até hoje sente
a sua falta. Ali, muitos namoraram, noivaram e casaram. Sérgio e sua música haviam
se tornado parte integrante e inolvidável das vidas de muitas pessoas.

Sérgio,
tendo sido um dos pioneiros em teclados eletrônicos no Brasil, carrega uma Orquestra
Completa em seu Teclado Rolland XP 50.
Ultimamente
Sérgio tem feito shows e apresentações por todo o Brasil.
Convide o Sérgio para tocar e cantar em seu restaurante ou evento!
Email: sergiomartinellishow@live.com e
sergio.martinelli01@gmail.com
Ouça o Sérgio
TAGS:
Tecladista Shows Cantor Repertório Eclético Musico Experiente Desfiles Casamentos Aniversários Musica ao Vivo Bares Restaurantes Bailes Jundiaí